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Artista
Análise, decomposição, organização e reorganização. Se me perguntarem como posso definir meu modo de existir no campo artístico, são essas quatro palavras. Meu prazer por construir moldes — mais precisamente moldes cerâmicos sobre peças complexas, em que cada peça é uma parte rígida de um quebra-cabeça oco que acolhe matéria líquida e gera objetos em série — se manifesta através de um procedimento construtivo complexo que torna fácil a multiplicação de peças de todo tipo. Essa é uma boa maneira de descrever todo o meu processo criativo.

Minha mãe disse uma vez que, sempre que alguém ia à nossa casa para consertar algo, eu, ainda pequeno, ficava observando como fazer. Esse é o núcleo do meu ser artista: "como fazer". E, nesse "como fazer", chegar ao melhor resultado no conjunto formado por simetria, proporção, alinhamento, nivelamento e composição. O que está sendo feito não importa tanto.

Uma mistura de pragmatismo e empirismo alimenta minha verve construtivo-criativa, que tem como paixão a escultura grega, mais precisamente do período helenístico. Esse gosto pela organização do "como fazer" não poderia ser mais apropriado para atuar como professor, outra atividade bastante gratificante que tenho desenvolvido há vários anos, contribuindo muito para meu próprio aprimoramento como elaborador de procedimentos estruturantes. Sempre fiz isso para mim — fui meu primeiro professor.